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O município já foi muito forte na produção de malva que é uma das principais fibras que servem como matéria-prima para a fabricação de papel, vestuário, barbantes, cordas, sacarias entre outros produtos
O município de Castanhal já foi muito forte na produção de malva que é uma das principais fibras que servem como matéria-prima para a fabricação de papel, vestuário, barbantes, cordas, sacarias entre outros produtos. E para que Castanhal volte a ocupar um lugar de destaque no cenário nacional, o Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural- Emater, Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Agrário de Castanhal- Semada e a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC) trabalham em parceria para que seja alavancada a produção.
De acordo com o representante da Emater, Eneias de Andrade, a malva perdeu espaço no mercado com o crescimento do uso do plástico. “Ele concorreu muito com o uso das fibras. Os produtores tinham sua plantação de forma tradicional e foram aos poucos deixando abandonado e hoje temos uma carência muito grande no mercado. Mas agora estamos entrando com novas tecnologias, partindo de uma experiência em quatro plantações. É também um programa de valorização da cadeia produtiva”, explicou.
A primeira fase do projeto está focada na produção das sementes para que surjam novas plantações. E elas já estão na fase da colheita. “Ano que vem já iremos estar com o modelo padrão dessa cadeia produtiva que vai abastecer diretamente a maior indústria têxtil do Pará, que é a CTC”, explicou Eneias de Andrade.
Segundo o coordenador de desenvolvimento agrário da Semada, Adivaldo Lameira, não existem muitos estudos a respeito da malva, mesmo sendo uma cultura de fácil adaptação e muito difundida na região amazônica. “Nós estamos pensado em adaptações e verificando como se comporta melhor essa cultura. É um como se estivéssemos começando do zero um trabalho partido do experimento, até porque pouco se encontra sobre a malva. Daí a importância dessa retomada com todos esses parceiros”, disse.
Sementes
As sementes serão distribuídas para que surjam novos produtores da fibra de malva. Atualmente, Alenquer é o principal fornecedor de matéria-prima para a CTC, que, nos últimos três anos, forneceu 20 toneladas das sementes, quantidade ainda insuficiente diante da demanda da empresa, que acaba recorrendo a Bangladesh, na Ásia, para ter garantida a quantidade de juta e malva necessárias para a fabricação de seus produtos.
Para o gerente industrial da CTC, Robson Torres, a parceria entre os órgãos irá ajudar a alcançar a autossuficiência da produção para abastecer a indústria. “A nossa empresa é uma indústria de transformação têxtil de juta e malva e hoje nós estamos trabalhando de uma maneira técnica junto ao nosso staff de matéria prima com a assistência da Emater, Semada e da Embrapa com o objetivo da formação de campos preparados para a produção de sementes e fibras de malva. Porque infelizmente a nossa realidade ainda é buscar essa matéria prima fora do país”, contou.
O prazo é de 5 anos para que os campos de sementes e fibras de malva tenham a autossuficiência necessária para abastecer a indústria.
Sobre a CTC
Criada em 1966, a CTC é a maior fabricante de artigos de juta das Américas, tendo como principais produtos as sacarias para café e batata, telas de artesanato, chapelaria e decoração, fios para tecelagem, indústria de calçados, armarinhos e para tabaco.
Atualmente é a única fabricante nacional a atender esses setores. Conta com mais de 1,3 mil colaboradores que produzem mais de 10 mil toneladas de fibras por ano.
FONTE: Patrícia Baía / O Liberal
02/09/2022
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